terça-feira, 25 de julho de 2017

CAMPEIRAS PEÃO E GURI

Provas campeiras de galpão

Cevar o mate

Abordar a simbologia do mate para o gaúcho

Historia: antes dos primeiros jesuítas chegarem ao Rs já se tomava mate
Com os indígenas, alguns indignas como os pampianas que deram origem aos peões de estância sorviam o mate sem a bom no caso a taquapi dos guaranis, eles mastigavam a erva junto com a infusão e nem sempre a água estava quente.
Lenda da erva mate rápida sem floreio.
Fazer o mate
Avios do mate e suas partes
Cambona é primitiva e rudimentar Tropeiros
Chicolateira é mais moderna tem tampa e alça
Falar dos tipos de bomba
Tipo de erva missioneira e pura folha
Falar dos tipos de cuia e como se faz a cuia, é um fruto, se limpa as sementes etc..  bago de touro  outras e como curtir com erva cachaça...
Pode fazer o mate com a erva molhada na região das missões eles colocam a erva molha um pouco com água fria e depois ajeita com a bomba.
Fazer o mate com muita erva mate curto
Fazer o mate com pouca erva mate longo... fica a gosto de quem vai fazer.
Fazer o mate....dica se na hora de tampar a bomba a água não descer o mate entope
Gospe o mate  OBRIGATÓRIO..EXPLICA DO MATE DOS PINTOS E DO VENENO... CEVADOR
Explicar como funciona o roda de mate.. e se chegar uma pessoa e se quer homenagea-la se entrega o mate primeiro a ela depois se completa o fluxo da roda.
O que é mate tamanqueado?
Falar do processamento da erva mate
Tamanqueador pessoa que coelhe a erva
Sapeco
Carijó
Barbaqua
Curiosidades
Tipos de mate com mel. Sal. friu
Ditados do mate joão cardoso, mate de estribo, mate tamaqueado, etc.. mate pealado, lavado, como fazer pra aproveitar o mate lavado, mate virado.. mate encilhado
Mandamento do mate  só uns 3
 A palavra chimarrão é de origem espanhola e quer dizer chucro com o gado chimarrão que se alastrou na vacaria dos pinhais.
NÃO DIZ E FICO A DISPOSIÇÃO DOS SENHORES PARA PERGUNTAS, OFERECE O MATE PARA UM SÓ, ELE QUE VAI TOMAR... SEJA ESPONTANEO.








CHARQUE
COMEÇA FALANDO QUE QUE PRECISA PARA FAZER O CHARQUE..
Gamela, faca e carne que pode ser qualquer uma e sal se a carne tem osso se tira o osso.
A produção de charque em escala industrial veio com a primeira charqueada do rs em pelotas em 1780 a charqueada  SAÕ JOÃO DE  JOSÉ PINTO MARTINS

Foi a principal fonte de renda da época e era produzida por mão de obra escrava e servia para a alimentação dos escravos de todo o império.
O charque nada mais é que a conservação da carne com o sal, pois antigamente não existia refrigeração.
Importante falar que o alto imposto do charque gaúcho ajudou a efervescer os ânimos dos revoltosos em 1835, na guerra dos farrapos.
O outro nome das charqueadas é saladeiro.
Pratica.  
Abrir o charque em manta fina, branquear de sal,
Para fazer a manta vaio se abrindo a carne e tombando para os lados até ficar fina.
Enrolar para tirar o suco e deixar de um a dois dias na gamela, sempre revisando e tirando o suco e trocando de lado.

Estender cedo da manha e retirar antes do sereno lugar alto, é estendido na taquara ou madeira até secar varia de 3 a cinco dias, charque deve ficar na sombra.

Se pegar vareja, se tira o ninho com a faca e coloca sal novamente
Cuidar os buracos na manta

 O charque é a pratica!!!!


Churrasquear

É uma contribuição indígena, é o prato típico do gaúcho e é a carne assada com lenha, mas pode ser carvão também.
Baseando-se no fogo de chão, espeta o mais grosso pra cima onde a aparte mais fina fique para baixo pois o calor sobe homogeneamente parelho, espeta costurando a carne se ela tiver pendendo pros lados, se não pode fazer reto.
 Espeto de madeira arvore frutífera, não pode ser de arvore leitosa. Pitangueira.
Espeta
Salga na gamela e não esfrega  o sal na carne se joga o sal, pois não é charque. Se tiver sal demais depois de assada se bate no espeto. Não na carne.
Sempre que for assar cuidar o lado do vento

Falar dos tipo de churrasco
 no século 17. Era feito em um buraco no chão e a carne temperada com cinza. Com o tempo novas técnicas foram aperfeiçoando o preparo do churrasco.

 Pode se assado com o couro
Pode ser assado no buraco
E no chão Hoje a maioria é na churrasqueira pela praticidade mas o bom é o churrasco no fogo de chão .
 Poncho
EMALAR O PONCHO

Deve ser rápido... emalar rápido e falando

Origem indígena era de couro primitivo com o nome de curupi ou caiapi
Hoje o que usamos é europeu, também temos o poncho pátria e o surgimento das capas rener, que a diferença é que tem buraco pra por as mãos.

Ele serva para a proteção da chuva friu e vento, não se emala poncho em dia de chuva se usa o poncho em dia de chuva, pois o gaúcho coloca ele antes do tempo cair.

 Pq emalar o poncho com a baeta pra fora, para a proteção da parte impermeável, e se houver acidente é mais fácil trocar a baeta do que o poncho inteiro pois é uma peça muito cara. O poncho original é corte godê ou seja de 36 graus, os que são vendidos agora é corte oval.

Após o uso do poncho estender com a baeta pra fora em um galpão, no sol ou ate mesmo no cavalo. Por que estender com a baeta pra fora, porque ela escorre e fica seca depois se precisar pra se tapar é melhor.
 O poncho também servia de escudo quando em guerra o indígenas se protegem das boleadeiras com o poncho.
 Partes do poncho... a baeta que é a parte vermelha a gola e a parte impermeável preta.

Cuidar para o cavalo não se assustar quando for desemalar o poncho e colocar, se der tempo descer do cavalo e colocar o poncho é uma opção. Depende do cavalo.

Mostrar como se tira da mala e colocar na frente da comissão.






Equinos e Encilha
Os cavalos foram introduzidos na América do Sul pelos portugueses e espanhóis, depois do descobrimento. Na região sul especialmente na Argentina, Uruguai e no Rio Grande do Sul, os cavalos foram introduzidos pelos espanhóis apartir do ano de 1536 e foram se reproduzindo e se espalhando ao ponto de que, wm 1580, já havia manadas de cavalos chimarrões (xucros) tanto no pampa uruguaia quanto no pampa gaúcho. Quando chegaram os padres jesuídas em 1626 já encontraram índios charruas e minuanos montados em cavalos.
A atividade pastoril dos gaúchos, tendo no gado a sua principal riqueza, só foi possível graças a utilização do cavalo. Nas guerras de fronteira o cavalo, desempenhou igualmente, papel fundamental.
Para o gaúcho primitivo o cavalo era importante e  imprescindível ao ponto de não se entender o gaúcho da campanha apartado do seu cavalo.
Existem muitas raças de cavalo como: Inglês, Árabe, crioulo, Quarto de Milha, Manga Larga, e Percheron. O cavalo crioulo é resultado da mescla de raças que vieram da Europa, e ele apresenta características bem relevantes para a lida de campo do homem gaúcho.
Pelagens
Os tipos de pelagens são diversos, dependendo da raça, apresentam diversas variações. Este artigo pretende mostrar as pelagens no geral, independente de raça.
Na resenha do potro ao pé da mãe, que é a primeira verificação do animal por um técnico credenciado da associação são identificados sinais caracterísiticos do cavalo como por exemplo, estrelas na cabeça e olhos azuis, que são marcas que não vão ser alteradas no desenvolvimento do animal. Também é feita uma indicação de pelagem.
Somente a partir dos 2 anos de idade, quando o animal é apresentado para a confirmação, é que fica registrada definitivamente a pelagem do animal. Isso ocorre porque a coloração do pêlo muda até os dois anos, por exemplo, os tordilhos, nascem escuros, alguns pretos, o que se altera com o desenvolvimento do animal. Esse processo de resenha e confirmação é baseado nas regras da raça Crioula (ABCCC), podendo variar conforme cada Associação de raças.
As pelagens básicas se constituem em: Alazão, Baio, Branco, Cebruno, Colorado, Douradilho, Gateado, Mouro, Oveiro, Picaço, Preto, Rosilho, Tobiano, Tordilho e Zaino.
Pelagens Compostas:
Alazão chamalotado ou apatacado: Quando tem manchas mais claras e arredondadas.
Alazão dourado: O típico com reflexos do ouro.
Alazão típico: O que tem a cor da brasa ou da cereja.
Alazão ruano: Quando tem a cauda e crina claras.

Branco albino, melado ou rosado: Quando há uma despigmentação congênita, inteira ou parcial, das pestanas e da íris. Sua pelagem tem reflexos rosados. É sensível ao sol.
Branco porcelana: O que tem manchas pretas, as quais, por transparência, por meio dos pêlos brancos, produzem reflexos azuis da porcelana.

Baia – pelagem creme amarelada, com brilho e bastante variações. Conhecida como a cor do trigo maduro.
Baio branco ou claro:É uma tonalidade de creme desmaiado.
Branco mosqueado:O que leva pelo corpo, em forma irregular, pontos pretos do tamanho de uma mosca.
Baio achamalotado ou apatacado: Quando apresenta manchas redondas e mais claras do que o resto do corpo.
Baio amarelo: É como uma gema de ovo, quando estendida numa porcelana branca.
Baio encerado: Quando tem a cor mais escura, parecendo-se com a cera virgem.
Baio cabos negros: Quando tem as extremidades dos membros, da cauda e a crina escuras.
Baio cebruno: Também escura, levando no corpo manchas mais escuras do que o baio encerado.
Baio dourado: quando tem reflexos do ouro.
Baio ovo de pato: Quando tem uma cor amarelado creme. Sua crina, cauda e cascos também são cremes.
Baio ruano: é um baio com a cauda e crina claras.
Cebruno ou barroso: Com a tonalidade mais escura do que a do baio cebruno,
parecendo-se com a cor do elefante.


Colorada – Pelagem de capa e pêlos vermelhos, podendo ter alguns pêlos pretos e manchas brancas nos membros e na cabeça.
Colorado típico: É avermellhado com o tom claro.
Colorado pinhão: Tem a cor do pinhão.
Douradilho: É um colorado desmaiado com reflexus dourados.
Douradilho pangaré:É o que tem o focinho, axilas e ventre mais claros.

Gateada – pelagem de muitas variações. Apresenta predomínio do amarelo mais escuro que o baio, e uma linha escura da cernelha até a cola.
Gateado típico: É um baio escuro acebrunado nas quatro patas e com uma linha escura, que vai da cernelha à garupa, com aproximadamente dois dedos de largura.
Gateado osco ou pardo: É mais escuro que o típico, assemelhando-se ao gato pardo.
Gateado pangaré: O que tem o focinho, as axilas e o ventre com a pelagem mais clara.
Gateado ruivo: O que tem a cauda e a crina aproximada a cor do fogo.

Lobuna – pelagem que lembra pêlo de rato, cor de cinza. Apresenta uma linha escura da cernelha até a cola.
Lobuno claro: Quando se parece com a plumagem de uma pomba.
Lobuno escuro: Quando mais escuro do que o lobuno claro.

Moura – pelagem de capa preta com difusão de pêlos brancos. Tem cabeça, patas, crinas e cola negras.
Mouro negro: Se parece com o tordilho negro, com tonalidade azulada.
Mouro claro: É um gris azulado.

Oveira – apresenta manchas brancas assimétricas, espalhadas por todo o corpo.
Oveiro bragado: Quando em qualquer pelagem portam manchas isoladas no baixo ventre.
Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.
Oveiro de índio: Qualquer pelagem com manchas de tamanho médio.
Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.
Oveiro azulego:É um mouro claro com manchas brancas.

Picaça – a base é a preta, mas apresenta partes significaticas de branco através de mancha branca na cabeça, e pelo menos, uma das patas também branca.

Preta – pelagem toda preta. Alguns crioulos apresentam pequena estrela na cabeça.
Preto típico: Tem a tonalidade semelhante ao carvão.
Preto azeviche: Preto vivo com reflexos brilhantres.
Rosilha – pelagem de capa avermelhada, com mistura de pêlos brancos esparsos que não chegam a formar manchas específicas.
Rosilho abaiado: Quando tem pelos amarelados entre o vermelho e o branco.
Rosilho claro ou prateado: Quando predominam os pelos brancos sobre os vermelhos.
Rosilho colorado: Quando predominam os pelos vermelhos sobre os brancos.
Rosilho gateado: É um gateado com pelos brancos.
Rosilho mouro: É uma mescla entre pelos vermelhos, brancos e pretos.
Rosilho overo: Quando dentro da pelagem rosilha tem manchas brancas.
Rosilho tostado: Quando tem pelos tostados em lugar dos vermelhos.
Tobiana – pelagem que apresenta manchas completamente brancas, de diferentes formatos.
Tobiano baio: É um baio nas mesmas condições dos demais tobianos.
Tobiano colorado: É um colorado nas mesmas condições do tobiano negro.
Tobiano negro: É um preto com manchas brancas grandes divididas com o preto.
Tobiano gateado: É um gateado nas mesmas condições dos demais.

Tordilha – pelagem que se divide entre pêlos brancos e pretos, que tendem a clarear com o desenvolvimento do animal
Tordilho claro: Quando tem predominância de pelos brancos.
Tordilho negro: Predomina os pelos pretos. Com a idade vai se tornando claro.
Tordilho chamalotado ou apacatado: Quando com manchas arredondadas mais claras.

Tostada – pelagem de um amarelo muito escuro, puxando para o vermelho que pode ser comparada com a cor do café torrado.
Zaina – pelagem marrom avermelhada escura com alguns pêlos pretos, lembrando muito a cor do pinhão.
Zaino claro: Da cor da castanha.
Zaino negro: Como a castanha mais escura.
Outros detalhes de pelagens:
Bragada – pelagem que apresenta manchas brancas isoladas principalmente no ventre. Varia sobre todas as pelagens, preta, zaina, gateada, baia, moura, etc
Melado – São animais albinos. Albinismo não é uma pelagem, mas sim a ausência dela, ou seja, o organismo tem a incapacidade de produção de pigmentos melânicos.
Salgo – olhos azuis, que quando presentes, um ou os dois, aparecem na descrição da pelagem dos animais.
Entrepelado: O que tem uma mescla de pelagens diferentes, formando assim um total indefinido.
Pangaré: Quando descolorido em algumas regiões do corpo, sobretudo nas partes inferiores, destacando-se nas axilias, focinho e ventre, seu descolorido se assemelha a cana da Índia.
Rabicano: Quando nas caudas escuras tem pelos brancos na sua base.
Arreios – conjunto de peças com que se arreia, encilha, um cavalo para montar. São peças dos arreios:
Lombilho – é a peça principal dos arreios. É uma espécie de sela, muito parecida com o serigote;
Serigote – é uma espécie de lombilho, mas diferente na cabeça e nos bastos;
Basto ou Bastos – é um lombilho de cabeça muito pequena;

 

Bastos ou Basteiras – são as partes acolchoadas e paralelas do serigote ou lombilho, que assentam no lombo do cavalo;
Baixeiro, enxergão, xergão, xerga ou suadouro – tecido de lã, grosso, de forma retangular, que é colocado sobre o lombo do animal, por baixo dos arreios;


Carona – peça constituída de sola de couro, de forma retangular, geralmente composta de duas partes iguais, a qual é colocada por cima do baixeiro, ou xergão, e por baixo do lombilho, e cujas abas são mais compridas que as deste;
Cincha – peça que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal. É composta de travessão – peça retangular de couro, com uma argola em cada extremidade, a qual é colocada sobre o lombilho, no local em que se senta o cavaleiro -, de barrigueira – uma espécie de trama de barbante ou tira de couro, com uma argola em cada extremidade, que presa ao travessão pelos látegos cinge o cavalo pelo lado da barriga -, de látego – parte da cincha, constituído de uma tira de couro cru devidamente sovada, com três ou quatro centímetros de largura e mais de um metro de comprimento, a qual, presa a uma das argolas do travessão o une à argola da barrigueira, para apertar os arreios no lado de montar, à esquerda do animal –, e de sobrelátego – tira de couro semelhante, que fica do lado de laçar, lado direito do cavalo;

 
Barrigueira

Pelego – é a pele de carneiro ou ovelha, com lã natural ou tingida de vermelho ou amarelo, de forma retangular, colocado - um ou mais - sobre os arreios, para tornar macio o assento do cavaleiro.


Coxonilho – tecido de lã, tinto geralmente de preto, que é colocado sobre os arreios, para cômodo do cavaleiro;
Badana – pelo macia e lavrada, que pode ou não se colocada na encilha, por cima dos pelegos ou do coxonilho, se houver; 
Sobrecincha – peça constituída de tira de couro ou sola, utilizada para apertar os pelegos ao lombilho;
Peitoral – peça colocada no peito do animal, presa à cabeça dianteira do lombilho;
Peiteira - é a tira de couro colocada no parelheiro (cavalo de corrida, preparado para as disputas de carreiras), fazendo as vezes do peitoral, na qual o corredor pode segurar-se durante a corrida; a peiteira é também chamada, comumente, de peitoral e vice-versa;
Rabicho – peça colocada por baixo da cola do animal, presa aolombilho;
Freio – embocadura metálica presa às rédeas e inserida na boca do animal, servindo para dar-lhe a direção, diminuir ou parar-lhe o movimento;



Rédeas – longas tiras de couro, ligadas à embocadura, as quais permitem ao cavaleiro dirigir a montaria. Chama-se Cana de Rédea a tira de guasca (couro) de cada uma das rédeas, as quais podem ser trabalhadas, trançadas ou torcidas;
Cabeçada – peça do couro, que prendendo-se à cabeça do cavalo, passando por detrás das orelhas, serve para segurar-lhe o freio na boca;
Buçal – espécie de cabresto com focinheira, de couro, que é colocado na cabeça e no pescoço do cavalo;
Buçalete – é um pequeno bucal; um cabresto aperfeiçoado;
Cabresto – peça de couro que é apresilhada ao bucal ou buçalete, utilizada para pegar o cavalo, no pasto, ou para cabresteá-lo, puxá-lo;
Maneia – peça constituída de dois pedaços de couro ligados por uma argola, que serve para prender as patas do animal, ligando uma à outra, a fim de que o animal não possa fugir; cada um dos pedaços de couro formadores da maneia têm um furo em uma das extremidades e um botão na outra, envolvendo, como se fosse uma pulseira, a canela do animal maneado;


Mala de poncho – peça de couro, lona ou brim, em que se envolve o poncho enrolado, quando não está em uso, a fim de carregá-lo nos tentos, por trás da cabeça posterior do lombilho, descansando na garupa do animal;
Estribos – peças de metal com a forma de uma argola alongada, que servem para o cavaleiro firmar o pé, no momento de alçar a perna para montar (estribo esquerdo), e, depois, para firmar pés e pernas, quando montado, proporcionando o equilíbrio necessário, servindo, também, para sustentar-lhe o corpo no momento de bolear a perna, ao desmontar.


Observações:

1. Muitas vezes os arreios servem de cama para o gaúcho. Nos pousos, durante as viagens, os pelegos são usados como colchão, o lombilho como travesseiro, a capa, o poncho ou o pala como cobertor, e o chapéu como cobertura para o rosto. Ainda hoje, nas pescarias a cavalo, nas viagens a serviço ou em cavalgadas muito longas, assim procede o gaúcho ao acantonar para o repouso noturno.



2. Todo o gaúcho, especialmente o tradicionalista, deve atentar para a autenticidade do arreamento tradicional dos campeiros sul-rio-grandenses. O couro deverá prevalecer nas peças do arreio, evitando-se as de nylon, borracha, esponja, metal, cores fortes e quaisquer outros materiais que venham a ferir o Tradicional Jeito Gaúcho de Encilhar um Cavalo. Sabe-se que as selarias de hoje já estão mais "countries" e platinas do que gaúchas sul-rio-grandenses e representativas dos artigos de uso campeiro do gaúcho sul-brasileiro. Assim, as selas importadas e os apetrechos de outros materiais que não o couro devem ser evitados, em respeito à Tradição dos Gaúchos Campeiros do Pampa do Rio Grande do Sul.
OS CUIDADOS COM O CAVALO

Boca – a saúde do cavalo depende, também, do bom estado de seus dentes. Muitos animais, ao serem mantidos confinados, não mais praticam a mastigação no pasto. Desenvolvem, por isso, dentes maiores, mais altos, podendo formar pontas afiadas, que causarão lacerações nas bochechas e língua. Caso isso ocorra, essas pontas de dentes afiadas devem ser grosadas, limadas, evitando-se, assim, que ocorram cortes nas bochechas e língua, e a formação de feridas e úlceras extremamente dolorosas para o cavalo. Da mesma forma, os dentes molares podem, quando desalinhados, formar ganchos parecidos com anzóis, os quais, caso não corrigidos, poderão ficar muito alongados e penetrar no palato, no céu da boca do animal.



Com o fim de se evitar esses e outros problemas, o ideal é que sejam realizados no cavalo exames odontológicos periódicos, com profissionais especializados.

Já o freio, embocadura que possui o formato de uma letra ômega, é constituído de duas pernas, que funcionam como alavancas no seu funcionamento, o qual se dá dessa forma: quando são puxadas as rédeas, para que o cavalo pare ou diminua a marcha, a embocadura – o freio - gira e encosta no céu da boca do cavalo, com maior ou menor pressão, de acordo com a força empreendida no ato do puxamento das rédeas. E essa ação do freio será tanto maior quanto forem os comprimentos das suas pernas - ou bocal -, tornando-o cada vez mais severo, sendo essa condição também conhecida por “freio pesado”. Portanto, deve-se evitar ao máximo os sofrenaços – puxões fortes nas rédeas para fazer o cavalo parar ou diminuir a marcha.



Cascos – As bases da sustentação do cavalo são seus cascos, por isso eles devem estar em condições plenas de permitir ao animal o bom desempenho da sua função, como transportador do Homem. Dessa forma, a aparação dos cascos, da ranilha e o ferrageamento correto são importantíssimos na manutenção da saúde do cavalo, devendo ser executados, de preferência, por profissionais capacitados da área.



Conselhos:

1 - Respeites a condição anatômica ideal do teu cavalo;
2 - Conheças o ângulo da paleta e procures aparar o casco monitorando o serviço com um gabarito angulador de casco;
3 - Desconfies do profissional que diz ter olho clínico e que não apresenta maiores conhecimentos de sustentação e locomoção;
4 - O erro de apenas 1 grau representa muitos quilos a mais nos tendões flexores do teu cavalo;
5 - O cuidado consciente da aparação e do ferrageamento aumenta a performance do animal e diminui o risco de afecções;
6 - Devolvas, sempre, o verniz raspado pelas ferramentas de aparação. Use o Cascotônico que devolve o verniz, tem ação lubrificante, bactericida, incentivadora do crescimento e de renovação da matéria córnea do casco e ranilha;
7 - Escolhas as ferraduras e cravos que atendam às necessidades do cavalo, obtidas por uma aparação adequada dos cascos.

Como encilhar:
BUÇAL: Lembrem-se, a primeira parte da encilha é o buçal. Sempre pegar o cavalo pelo cabresto. É errado colocar o freio antes de qualquer parte da encilha e também segurar e amarrar o pingo pela rédea. Uma boa escova antes de começar a encilha deixa o pelo mais bonito e ajuda a tirar graveto que ficam no lombo do cavalo ocasionando um possível ferimento.
FREIO: Sempre coloquei por segundo, pois quando se coloca o freio o cavalo sente que o peão já tem domínio sobre ele e se aqueta.
BAIXEIRO/XERGÃO: A primeira peça que vai no lombo do cavalo, de lã de ovelha que serve pra confortar os arreio no lombo do cavalo.
CARONA: É usada depois do baixeiro, com a finalidade do suor do cavalo não passar pro basto, evitando um possível apodrecimento.
BASTO: O basto é um dos arreios mais usados, é bem simples, composto por costura, cabeça e os bastos. Tem uma parte que é conhecida como estribeira, espelho e travessão, já ouvi estas últimas duas em diferentes partes do Estado, pendurado na argola do espelho estão os loros e abaixo os estribos.
CINCHA: Composta por travessão, barrigueira, látego (para apertar) e sobrelátego (para regular) na barriga do cavalo. Peonada, não coloquem a barrigueira muito pra frente porque pode assar, e nem muito pra trás, porque além de tirar o fôlego do cavalo pode correr para trás e afrouxar os arreios. Deixem a barrigueira no “osso do peito” do cavalo.
PEITEIRA: Antes de apertar  a Cincha, coloca-se a peiteira e prende-se ela nas argolas da cincha. Esta peça é usada geralmente em regiões onde o relevo é mais acidentado, como a Serra Gaúcha, com a finalidade dos arreios não correr para trás.
RABICHO: O rabicho é uma peça antiga e pouco conhecida, porém, bem simples, enquanto a peiteira não deixa os arreios correr para trás, o rabicho não deixa correr para frente, é apresilhado no basto e passa por baixo da cola do animal.
PELEGO: Usado bastante o preto da ovelha crioula, que serve pra um maior conforto pro peão, bom lembrar que antigamente o pelego serviu de colchão pros antigos tropeiros, e ainda serve.
BADANA: Peça de couro utilizada mais no verão, que serve para não esquentar muito, e também usada antigamente quando iam para bailes ou missas para não ter na roupa fios do pelego.
SOBRE CINCHA: Composta também por travessão, barrigueira, látego e sobrelátego e cinchador (esta peça que diferencia a cincha) é ali onde é apresilhado o laço do peão, só para salientar mesmo, o antigo cinchador é um couro e uma argola na ponta preso na argola da cincha, hoje em dia é comum ver uma peça chamada “destorcedor” no lugar do cinchador onde facilita pra destorcer o laço. Lembrem-se de no entrevero explicar o que é realmente um cinchador.
LAÇO: O gaúcho de antigamente, não saía de casa sem seu laço, ate o laço no tento do basto, empurre para o lado de laçar, apresilhe a presilha no cinchador.
De mango na mão, espora  e chapéu puxe o cavalo pra dar uns passos, veja se não afrouxou os arreios, bote a ponta da bota de estribo, alce a perna e monte!
Lembrem-se sempre de usar a forma mais antiga que há, não queiram inventar moda, somos tradicionalistas e zelamos pelo nosso antepassado.


FOLCLORE DO RS PARTE 2

Bandeira do MTG
O Brasão de Armas do Tradicionalismo foi constituído no XII Congresso Tradicionalista Gaúcho, em Tramandaí. O autor do projeto é HERMES GONÇALVES FERREIRA. Com o passar dos anos o brasão foi alterado, passando a constar na elipse superior, a sigla MTG ao invés da palavra "Tradicionalismo".
SIMBOLOGIA E CONCEITO DO BRASÃO
O Brasão de Armas do Tradicionalismo é constituído de: Escudo de Damas com bordadura em azul, perfilada de preto. Campo terciado com a seguinte composição: chefe em amarelo, com um tronco de árvore brotado em sua cor "dextra" em vermelho com um cavalo passante em amarelo partição "sinestra" em verde com cuia de chimarrão com bombinha em branco. Na bordadura em azul, duas estrelas de cinco pontas em amarelo, separam a parte superior da elipse, onde se insere o termo MTG em letras em amarelo. 

CONCEITO
As cores representam as profissões liberais, sustentáculo sócio-econômico de um povo ou organismo. No preto, a ciência; no branco, a cultura; no azul, a engenharia; no amarelo, a química; no verde, a medicina; no vermelho, o direito. 

SÍMBOLOS
O tronco representa o passado.
O broto representa o presente.
As sete folhas representam o tradicionalismo como organismo social de natureza nativista, cívica, cultural, literária, artística e folclórica.
O mate (chimarrão) simboliza uma das virtudes, que melhor caracteriza o homem do Rio Grande do Sul: a hospitalidade.
O cavalo representa a liberdade e é o traço de união entre os povos.
A Bandeira oficial do MTG é representada por um retângulo (branco) e tem um assente, em sua parte central o Brasão oficial do MTG.
A cor branca representa a coerência, a compostura, a harmonia, a paz, a moderação, a prudência, a quietude, a serenidade, a transigência e a tolerância.



HINO TRADICIONALISTA

No 43º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em Santa Cruz do Sul, foi aprovado o Hino Tradicionalista, com letra e música, de Luiz Carlos Barbosa Lessa.

HERANÇA INDÍGENA


É herança indígena na cozinha gaúcha: utilização da mandioca e de seus produtos (farinha, tapioca, beju, pirão, mingau); uso do milho assado, cozido e seus derivados (canjica, pamonha, pipoca, farinha). Aproveitamento, de plantas nativas (abóbora, amendoin, cara, batata-doce, banana, ananaz). Cozimento dos alimentos na tucuruva (trempe de pedras), no moquém (grelha de varas) para assar carne ou peixe. Preparo do peixe assado envolvido em folhas; moqueca e também paçoca de peixe ou de carne (feita no pilão). Uso de bebidas estimulantes: mate e guaraná.



HERANÇA PORTUGUESA


A mulher portuguesa valoriza os produtos do solo americano; aproveitou as especiarias da Índia (cravo, canela, noz-moscada). Criou novos pratos, adaptou outros e conservou algumas receitas tradicionais (bacalhoada, caldo verde, acorda, pasteis, empadas, feijoada, cozido, fatias douradas, coscorões, pão-de-ló, papo-de-anjo, sonhos, pães, compotas, marmeladas, frutas cristalizadas, licores.



CULINÁRIA LUSO-BRASILEIRA


A culinária luso-brasileira pode ser assim distribuída pelas regiões gaúchas: Litoral (com influência açoriana) – peixe assado, grelhados, fervido, desfiado, moqueca de peixe, siri na casca, marisco ensopado, arroz com camarão, camarão com pirão. Pirão de água fria, pirão cozido, farofa, cucus torrado, beju, angu de milho, mingau de milho verde, paçoca de carne desfiada, lingüiça frita, feijão mexido, fervido de legumes, açorda, canja, galinhada, fervido de suquete (osso buco), mocotó, bolo de aipim, pães caseiros, “massas doces” (pão doce sovado) “farte” (pão com recheio de melado), melado com farinha de mandioca, roscas de polvilho, roscas de trigo (fritas), rosquetes, “negro deitado” (bolo de panela), bolo frito, sonhos, omelete de bananas, banana frita, pão-de-ló, sequilhos, rapaduras (com diferentes misturas), pé-de-moleque, “puxa-puxa”, balas diversas, pasteis doces e salgados, doce de panela (de frutas), doce de leite, amobrosia, fatias douradas, bolos, pudins, empadas.

Bebidas – Concertada (vinho com água e açúcar), Queimadinha (queimar cachaça com açúcar), Licores diversos (de vinho, de ovos, de butiá, de abacaxi etc), Café, mate-doce.



COZINHA DA DEPRESSÃO CENTRAL 
(INFLUÊNCIA AÇORIANA E OUTRAS)



Canja de galinha, sopas diversas, feijoada, feijão branco, fervido (com legumes e carne), feijão mexido, quibebe, paçoca de favas, arroz de forno, carne de panela, carne assada no forno, bife enrolado, bife à milanesa, guizado de carne, bolo de arroz, pão recheado, empadas, pasteis, “rosinhas” de massa, ovos mexidos, ovos escaldados, “roupa velha” (sobras), peixe recheado, peixe escabeche, peixe frito, bacalhoada, bolinho de bacalhau. Conservas de pepino e cebola. Galinha assada, galinha recheada, arroz com galinha. Pães de forno, pão de panela, “mãe-benta”, biscoitos, “calça-virada”, coscorões, fatias-do-céu, merengues, broas, pudim de laranja, ambrosia de laranja, “manjar celeste”, pudim de pão, “ovos moles”, “fios-de-ovo”, arroz-de-leite, “bom-bocado”, mandolate, balas de leite, de mel, tortas (doces), pé-de-moleque, “farinha de cachorro” (farinha de mandioca com açúcar).

Bebidas: gemada com vinho, licor de vinho, licores com furtas, vinho de laranja.



COZINHA DA CAMPANHA


Carnes (vacum, ovino) grelhada, no espeto, no forno. Arroz “carreteiro”, espinhaço de ovelha ensopado, pasteis, empadão, feijão, “cabo-de-relho” (sobras). Pães caseiros (ao forno), pão “catreiro” ou “de pedra” (aquecidos sobre pedra ou chapa quente), roscas de milho, “farinha de cachorro”, ambrosia de pão, doces de “panela” (marmelada, e em calda).

Bebidas: chimarrão.



COZINHA SERRANA


Carne assada, frita, mocotó, feijoada (de feijão preto e branco), charque com mandioca, paçoca de pinhão com carne assada, couve refogada, couve com farinha, galinha assada, arroz com galinha e quirela de milho, batata-doce, moranga, milho cozido, cuscuz, farinha de biju com leite. Doce de gila, “jaraquatia”, sagu com vinho, arigones, arroz doce, doce de frutas (pêssego, figo, pêra), ambrosia, doce de leite, “chico balanceado” (doce de aipim), doce de batata doce.

Bebidas: “Camargo” (café com apojo), quentão de vinho, café com graspa.



COZINHA DA REGIÃO MISSIONEIRA


Carnes (vacum, ovino) assada no forno, no espeto, grelhada, frita na panela, sopa de lentilhas, sopa de cevadinha, feijoada, “puchero”, “gringa” (moranga) caramelada, pirão de farinha de milho, canja, couve com farofa, matambre com leite, fervido de espinhaço de ovelha com aipim. Canjica, guizado de milho, pasteis, empadão, revirado de galinha, revirado de sobras, lingüiça frita, paçoca de charque, galinha assada. Pão de forno, pão de borralho, bolo frito, biscoitos, pão-de-ló, geléia de mocotó, doce de jaraquatia, pêssego com arroz, arigones, tachadas (marmelo, pêssego, pêra), doce de laranja azeda cristalizada, doce de leite, rapadura de leite, gemada com leite, bolos.

Bebidas: chimarrão, mate doce, mate com leite.



COZINHA DA COLÔNIA ALEMÃ


Carne de porco (assada e frita), wurst (lingüiça), chucrut (conserva de repolho), nudeln (massa), kles (bolinhos de farinha de trigo com batata cozida), conserva de rabanete, galinha assada, sopa com legumes e ovos, kas-schimier (ricota), kuchen (cuca), leb-kuchen (cuca de mel), mehldoss (doces de farinha de trigo), schimier (pasta de frutas), syrup (frutos cozidos com melado), weihmachts (bolachinhas), bolinhos de batata ralada, pão de milho, de centeio, de trigo, tortas doces. Café colonial (salgadinhos, salames, queijos, bolos).

Bebidas: Das bier - cerveja, chop. Spritzbier (gengibirra). Assimilaram o chimarrão.



COZINHA DA COLÔNIA ITALIANA


Brodo (caldo de carne), carne Lessa (carne cozida n´agua), capeleti (massa com recheio de carne picada) o mesmo que Agnolini, menestra ou aminestra (sopa, canja), galeto a menarôsto ( frango no espeto), ravióli (massa com recheio), tortei (pastel cozido recheado com moranga ou abóbora), macarôn (massa), spagueti (massa cortada), fidelini (massa fina), polenta (angu de farinha de milho), risoto (arroz com galinha e queijo ralado), pizza (massa de pão com molho e queijo), pera cruz (bolo fervido em calda de frutas), pães de trigo e milho, panetone (pão com frutas cristalizadas), salames, queijos.

Bebidas: vinho, graspa.

·         Almôndegas de charque - Existem de dois tipos: 1) charque picado com toucinho e 2) charque desfiado, passando em ovos e farinha de mandioca. Esta última, em Palmares do Sul, é chamada "almôndega da tia Ricarda".
·         Engasga-gato - Ensopado com pedaços de charque da manta da barrigueira, exclusivamente.
·         Cola-gaita - Ensopado e pirão de farinha de mandioca com espinhaço de ovelha.
·         Cadela-oveira - Refogado que se faz, de manhã cedo, na região de Viamão até Palmares do Sul e Mostardas (sobretudo para a peonada e safristas) com restos de comida da noite anterior: frita-se uma cebola na gordura e aí se põe o que sobrou do feijão, do arroz, da carne, da massa, tudo bem mexido, às vezes até com farinha de mandioca e ovos. Come-se com o café da manhã.
·         Cabo-de-relho - Quase o mesmo que cadela-oveira, mas na Fronteira-Oeste.
·         Fervido - É um sopão com muito vegetal e osso com carne, sobretudo o caracu, com um tutano grosso e saboroso. Quando tirar está pronto, retiram-se com escumadeira as partes sólidas e o caldo, grosso e espesso é mexido com farinha de mandioca. O fervido tem um leve parentesco com o cozido português, mas nada a ver com o puchero.
·         Puchero - Na Espanha, puchero é uma panelinha (de barro, de ferro, de alumínio) onde se faz uma caldeirinha. No Prata e no RS, puchero é um sopão com muito vegetal e carne do peito (às vezes com costela e até linguiça), mas sem tutano e sem pirão. Um sopão.
·         Sôrda - Prato comum na região do Litoral norte do estado, Palmares do Sul e Mostardas. É de origem açoriana, a açorda, ou sopa d'açorda. Tem caldo, leva muitos vegetais, linguiça (ou peixe, ou até carne), uma parte de pirão, ovos duros derramados diretamente no caldo que sobra ou no pirão e tempero verde, ainda, por cima.
Instrumentos musicais: viola- açorianos, rabeca-austriacos, gaita-italianos e violão-açorianos em ordem de chegada
Folguedos: Cavalhadas As cavalhadas recriam os torneios medievais e as batalhas entre cristãos e mouros, algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França, uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei. No Brasil, registram-se desde o século XVII e as cavalhadas acontecem durante a festa do Divino, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Origem  Portuguesa
Bumba meu boi Ela consiste numa dança acompanhada por música regional, onde um homem vestido de boi faz várias coreografias. Ao redor do boi aparecem vários personagens típicos do século: vigário, cobrador de impostos, escravo fugitivo, boiadeiro, capitão do mato e o valentão. Muitas pessoas, moradores de ruas por onde ele passa, vão acompanhando o boi-bumbá vestidos com trajes de vaqueiro.


Durante a dança, o boi é morto, sendo logo em seguida ressuscitado por um puxão no rabo e volta a dançar. Na dança o boi abaixa e levanta a cabeça, dançando de forma desorientada, sobre os outros personagens. Portugueses


 Terno de Reis
vem de 1750, como herança açoriana, e continua viva entre os verdadeiros tradicionalistas. O folclorista Paixão Côrtes foi quem mais se aprofundou na pesquisa do que considera como o que há de mais genuíno em termos de folclore popular no Estado.
Fazem parte do ritual dos cantos figuras como o Mestre, o Contramestre, o Ajudante de Contramestre e o Tipi, que festejam a tradição gaúcha com suas violas, violões, gaitas, rebecas e triângulos. Vão as casa das pessoas para cantar a chegada do menino jesus.
Terno de Atiradores,
 Vem dos Alemães.
Vão ate´ a casa das pessoas e avisam com tiros e cantos a chegada do ano novo.
 De um modo geral, um grupo de atiradores de ano novo nunca tem menos de 25 nem mais de 45 integrantes, contando-se entre eles, com 20 a 30 atiradores, um palhaço, um espantalho humano, um homem fantasiado de mulher, um homem negro (na falta de um homem de cor na vizinhança, disposto a participar do grupo, um branco é pintado de preto para representar a raça), os músicos (gaiteiro, tocador de marimbau, violeiro, violinista e outros executantes) - alguns grupos levam somente o gaiteiro, porque, pelas características do instrumento, é o suficiente para animar a festança -, um homem responsável pelo “spruch” (discurso em verso, em alemão ou português, conforme a ocasião) e, finalmente, mais um encarregado de levar alguns pertences do grupo.
Terno de Santos, avisa a chegada das festas de juninas com canto e reza na casa das pessoas.  Origem Portuguesa
 Folia do Divino
 origem portuguesa acontece antes da festa do divino.
através de cantorias que invocam o Divino Espírito Santo e os nomes santos da cristandade. Os músicos são o centro desta expressão. Entre eles, a função do embaixador da folia assemelha-se ao de um sacerdote. Os embaixadores são os principais responsáveis pelas invocações, cânticos e composição das letras. Várias cantorias são realizadas, cada uma tem a sua coluna, como é chamada o enredo e a composição, para cada ocasião. Algumas cantorias podem durar mais de hora. Entre elas, destaca-se a "Chegada ao Pouso" e o "Agradecimento".
Congada
A congada ou congado é uma manifestação cultural e religiosa afro-brasileira e portuguesa. Folguedo muito antigo, constitui-se em um bailado dramático com canto e música que recria a coroação de um rei do Congo.[2][1]
Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito; o encontro da imagem de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas; e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras

 Ensaio de Promessas de Quicumbi;
O ritual do Ensaio de Promessa Quicumbi é uma tradição performática dos negros de Tavares, no Rio Grande do Sul, e está associado ao universo das congadas brasileiras, expressiva manifestação de caráter religioso. Nesse local, o Ensaio de Promessa se configurou como um grande símbolo da ancestralidade da ocupação do território. É realizado em louvor a Nossa Senhora do Rosário, ao longo de doze horas, com pequenas pausas para alimentação dos músicos e dançantes, constituindo-se em ritos de pagamento de promessas por graças alcançadas. Reúne extensa rede de parentela, compadrio e afinidades do promesseiro.
Detentor de forte presença coletiva e comunitária em todas as suas etapas, o Ensaio de Promessa do Quicumbi tem sonoridade fortemente marcada por versos e repetições em seus cânticos, geralmente de cunho religioso, entoados com acompanhamento de tambores, reco-recos e pandeiros

Ritos
Cruz de Estrada: cruz marcando locais onde ocorreu morte trágica. É costume colocar uma pedrinha no local, rezar ou benzer-se.

Santa Cruz: as que são erguidas nos lugares onde haja capelas ou por onde passaram missionários. Aí são acesas velas ou feitas devoções com finalidade de pagar promessas, ou alcançar graças.

Cruz Mestra: cruz maior, encontrada em certos cemitérios. As pessoas, distantes dos locais em que se encontram seus entes enterrados, aí rezam ou acendem velas para alma do Purgatório.

Capela: pequeno nicho, gruta com Santo à beira da estrada; costume comum em área de colonização italiana.

Promessa: algumas são em forma de “ex-votos”; outras em penitência: oferecer mechas de cabelo ou tranças (provindo do costume romano de oferecer a cabeleira a Apolo na chegada da puberdade); não cortar o cabelo até a idade X em troca de favor; subir de joelhos escadas de igreja. É uso no litoral do RS, doar para leilões de igreja massas antropomorfas. Figuras zoomorfas, embora não ligadas à partes do corpo, são dadas em intenção de obter boa saúde. Nestes casos está o lagarto, muito comum. A promessa pode ser feita com novenas, terços cantados, privar-se de diversões, vestir roupa especial para procissões, andar descalço, deixar crescer o cabelo. Em Criúva, a Dança de São Gonçalo é motivo de promessa.

Ex-votos: o ex-voto representa, simbolicamente, o que se oferece em regozijo à graça alcançada. Pode aparecer sob a forma de quadro, imagem, desenho, escultura, sitoplástica, fotografia, peça de roupa, fita, mecha de cabelo, etc. Estes ex-votos acham-se, geralmente, junto às capelas ou lugares considerados sagrados (Gruta da Glória/Porto Alegre; Gruta do Rio das Antas).

Romaria: vários locais dão motivos para romarias: túmulo do Padre Reus (São Leopoldo); túmulo do Padre Roque Gonzales (Missões); Igreja de Caravaggio (Farroupilha); Romaria de Santo Antão (Santa Maria); Romaria na igreja de Santa Rita de Cássia (Porto Alegre).

Mesa dos inocentes: promessas que consistem em dar de comer a sete crianças com menos de sete anos em mesa colocada no chão. Na cidade de Mostardas, distribuem mãozinhas feitas de pão às crianças.

Promessas de bandeira: em pagamento de promessa, pedir chuva, afastar peste, pequenos grupos saem com a bandeira do Divino, percorrendo distância delimitada.

Ritos de morte: atirar três punhados de terra sobre o caixão que desce à cova.

Mortalhas: vestir crianças de anjo e moças de noiva ou com roupas de santos; colocar vela na mão de agonizante; fechar olhos do morto; abrir todas as portas e janelas quando morre alguém e fechá-las após enterro são ritos que se preservam.

Coberta d'alma: ritual que consiste em doar roupas novas a um amigo do falecido, para que ele possa entrar leve no céu e sua alma, se aparecer, estará de roupa nova. Quem veste a coberta d'alma deve dizer, no momento em que colocar cada peça: “Fulano, esta é a última camisa que tu vestes”, etc. Igualmente, assistir à missa de sétimo dia e a de mês, com a mesma vestimenta.

Recado ao morto: esta tradição, provinda dos romanos e introduzida pelos portugueses é encontrada em várias localidades, consiste em pôr o bilhete, com pedidos, no caixão. Também, escrevem-se recados ou pedidos sobre túmulos (Mão Preta, em Bagé; Armando Cruz, em Cruz Alta; Getúlio Vargas, em São Borja).

Enterro de anjo: crianças, que morrem antes do batismo ou nascem mortas, recebem sepulturas em local separado dos demais.

Velório da cruz: cerimônia na qual velam a cruz definitiva que irá para o túmulo do falecido. A cruz é batizada, tendo início o ritual, sete dias após a data do falecimento, porém respeitando-se a mesma hora. (Missões)

Excelências ou Incelências: benditos e frases rimadas, entoadas pelos cantores junto ao defunto. A incelência é de introdução portuguesa e cantada até doze para adultos, e 9 incelências para crianças. Alguns cantadores chamam a última de derradeira. Estas cantorias também são usadas para aplacar tempestades ou pedir chuva.
Fonte: Rio Grande do Sul, Aspectos do Folclore - Lilian Argentina Marques e outros.



Festas

Natal
Atribuiu-se a São Francisco de Assis a criação do presépio (séc. XVIII), introduzida esta prática no Brasil pelos jesuítas em 1584.
Primeira notícia da árvore de Natal em 1605 em Estrasererguer.
Natal no RS: herança portuguesa - missa do galo, banquete em todos os lares, comer figo (ceia) traz boa sorte. 
Introdução alemã é a árvore de natal (pinheiro), enfeitada, Coroa do Advento (cujas velas são acessas semanas antes do 25 de dezembro), costume cantarem "Tannembaum", junto a árvore, distribuirem "Weinachts" (bolachas confeitadas com formato de pessoas, animais, plantas, etc.). 
Entre os descendentes italianos- colocam água e capim na porta da casa, aos animais do presépio. 
Poloneses no dia 24 de dezembro esperam o surgimento da estrela Vesper para dar início aos festejos. No centro da mesa colocam trigo e capim sobre o capim "opateck" (espécie de hostia branca) que é repartido por três membros da família. A ceia consta de sete alimentos sem carne e sem gorduras, esta cerimônia denomina- se "vigília" e é encerrrada com as "kolendas" (cantos de natal). No dia de reis escrevem nas portas (do lado interno) as iniciais dos nomes dos três Reis Magos e o ano que está entrando: B+G+M+2004, para pedir proteção.

Ano Novo 
No litoral, dá- se o nome de consoada ao jantar da meia-noite de 31 de dezembro. 
No primeiro do ano, crianças de certas localidades de colonizadores italianos saem pelas casas a desejar Bom Princípio do Ano e recebem doces ou dinheiro em troca (Fontoura Xavier e Erechim).

Carnaval 
A cidade de Cruz Alta usa os jogos de Intróito ou Entrudo, conservadas nas tradições portuguesas, caracterizando-se por bacias d'água despejadas das casas sobre os passeantes, além do uso da farinha e fuligem. 
Aparecem no RS, conjuntos acadêmicos (Rio Grande); presença de Bumba-meu-Boi no enterro dos ossos (Encruzilhada do Sul); bloco gaúcho acomnpanhado por gaita (Uruguaiana); "Rádio Galocha" (Lavras do Sul); Bicharada (Piratini).

Semana Santa 
Em Soledade aparecem as "recomendações" ou "encomendações das almas". São realizadas por um "terno"- grupo de pessoas com a finalidade de rezar, cantar, batendo matracas (instrumento de percussão formado por tabuinhas movediças que agitadas, produzem ruídos) e pedindo orações para as almas, esse ritual - é iniciado nas sextas-feiras da Quaresma, principalmente na sexta-feira Santa. 
Se conserva em Pelotas, a tradição da "Stippe" (stipa), serenata da Páscoa- grupos similar ao Terno de Reis, saem as ruas nessa época. 
Simpatias para curar asma são mais eficazes nesse dia. Não se retira leite das vacas no Planalto e nas Missões. Cobras e aranhas são mortas, para se receber indulgência na zona da Campanha. 
Centenas de pandorgas elevam- se ao ar em Livramento. 
Em Carlos Gomes, o preparo e ornamentação dos túmulos pascais, encenam a passagem do Evangelho sobre Pilatos. 
Os moradores do Morro da Cruz em Porto Alegre, representam a Paixão de Cristo e Procissão do Encontro. Em Rio Pardo, a do Senhor do Morto. 
Rio Grande não queima Judas, realiza-se "malhação". 
Desde 1914 a fábrica Neugebauer fabricava ovos de Páscoa. 
Em Ivoti, costuma- se pintar cães e gatos de azul ou rosa nos dias que antecedem a Páscoa, a fim de que as crianças saibam da proximidade da época dos ovos coloridos. 
Em Carlos Gomes acontece no sábado, a benção dos alimentos; continua os festejos na segunda- feira, serva- se este dia para brincadeiras entre a comunidade.

Judaicas 
Comemoram inúmeras festas como: Rosh Hashaná- Ano Novo; Iom Kipur- data do arrependimento ou perdão dos pecados; Sucót- festa da colheita; Pessach- Páscoa Judaíca. 
Na páscoa, em Sinagoga fazem orações duas vezes ao dia. A ceia realiza- se nas duas primeiras noites, e tem seus significados: frango tostado (lembra o cordeiro sacrificado); o "maror" (erva amarga) pelo sofrimento da esccravidão... 
Sendo impedidos de comer pão, substituem pelo "matzá", bolacha ázima que não contém levedura, tal bolacha lembra a história da fuga do egito, quando os judeus não estiverem tempo de cozinhar seus pães.

Nossa Senhora dos Navegantes 
Em janeiro de 1871 chega a Província o barco Porto Alegre, trazendo em seu bojo a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, esculpida em madeira. 
Antigamente, quando na Ilha das Pedras funcionava o Presídio, havia a benção do indulto. À passagem da Santa, um preso era indultado. Esse fato não acontece mais. 
Em Rio Grande, cidade portuária, acontece belíssima procisão por mar, levam a imagem até São José do Norte, acompanhados por embarcações, decoradas com bandeirolas(bandeira pequena) e flores. 
Em Tramandaí a festa é uma das mais importantes do calendário. Em Arroio do Meio o cortejo percorre o Rio Taquari. Em Alegrete passa sobre a ponte Ibirapuitã, retornando. Em Rodeio Bonito, a procisão é terrestre, seguida por cortejo de automóveis até a gruta. 
Em Vicente Dutra, a festa é antecedida por tríduo (três dias consecutivos), no salão paroquial ou no CTG, oferecidas comidas típicas da região e quermesse. 
Em Tapes, São Lourenço do Sul e Camaquã, a procissão é lacustre.

Festa do Divino 
Na literatura católica, a Festa do Divino coresponde a Pentecostes, isto é, comemoração da descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos. 
Acontece 50 dias após a Páscoa. 
O Espírito Santo fez- se presente pela primeira vez em forma de pombinha quando do batismo temporário de Jesus por São João Batista. Este animalzinho- símbolo de submissão e harmonia- passou a representar o Divino Espírito Santo. Sua imagem ficou reverenciada junto à bandeira. 
A cor vermelha seria a representação das línguas de fogo, a pregação de fé. 
Festa em Criúva- fazem parte a benção dos tambores e bandeiras, dando início à visitação das casas, os moradores doam víveres que são utilizados na festa. 
No domingo marcado para a Festa do Divino, reza- se missa e após procissão, gaúchos a caráter abrem o cortejo, conduzindo no interior de um triângulo, suspenso pelas aias ao lado esterno, o triângulo é puxado pela rainha da festa. 
Após o baile é eleição dos próximos festeiros. 
Festa em a Mostardas- Mostardas festeja a festeja o divino desde sua fundação. Durante o período de nove dias realiza-se reuniões dançantes e jantas especiais com alimentos doados pela comunidade. O peditório é anunciado por foguetes, compõem a comitiva dois rapazes de opa (capa) vremelha, duas senhoras conduzindo as bandeiras, mais os festeiros com a bandeja para as ofertas, o alferes da bandeira e espadim (menino trajado de pajem, portando o cetro (bastão curto) do divino). 
No dia festivo, após a missa e almoço tem a procisão, a banda segue atrás do andor e os fiéis cantam. 
Ao final escolhem os festeiros na frente da igreja, são oraganizadas quermesses. 
Realizam-se bailes nas sextas-feiras, sábado e domingo da semana festiva. 
Em homenagem ao novo festeiro, acontece o baile da segunda-feira seguinte, encerrando a festa do divino.

Santa Rita de Cássia 
Um grupo do Bairro Guarujá de Porto Alegre, devoto de Santa Rita de Cássia decidiu construir um santuário em seu louvor, a partir de então, esta vem sendo reverenciada. 
A festa ocorre em 22 de maio, se cair em dia útil, comemora-se em domingo anterior. 
Dois meses antes, iniciam-se os preparativos, cartazes são afixados, não havendo folhetos ou peditórios pelo casario. 
Após a procissão a venda de churrasco, o dinheiro destina-se a melhoria do santauário. 
A imagem é transladada no sábado, pelas 20hs, acompanhada por carros e motocicletas. Após, realiza-se a missa e reverência a Santa Rita. Na manhã de domingo, a procissão, com todos de a pé, retorna ao Santuário. 
Às quinze horas, reiniciam-se as missas rezadas de hora em hora com benção da saúde, até as 21hs.

São Jorge 
Realiza-se junto à igreja do padroeiro, localizada no Bairro Partenom, em Porto Alegre. O dia é 23 de abril, se cair em dia útil realiza-se no próximo domingo. 
Acontecem peditório, conduzindo a bandeira de São Jorge que é introduzida nas casas a fim de serem abençoadas. 
Festa constituí-se de missa, novena, procissão, churrasco, som. 
Quatro casais de festeiros abrem o cortejo, seguidos de um caminhão aberto, conduzindo o Santo cavaleiro sobre um manto vermelho. 
A festa vai até o entardecer, o lucro é revertido as obras sociais, mantidas pela igreja. 

Santa Cruz 
Segundo relatos João Maria um dos profetas dos movimentos messiânicos do século passado, era um homem bondoso, um ermitão conselheiro, após a revolta saiu em peregrinação. 
Alguns chamam-no de "ermitão da couve", pois receitava medicação a base de leguminosa. 
Em Criúva São João Maria permaneceu uma semana. Quando ele foi embora, erigiram alí uma cruz. 
Um desafeto tentou arrancar a cruz, mas foi arrastado com cavalo e tudo pela correnteza, morrendo afogado. 
A cruz ficou seu objeto de devoção, alguns afirmam que em 1903 a cruz já existia. 
Atualmente realiza-se uma festa em homenagem à Santa Cruz no mês de outubro em data móvel. 
" A festa é para a padroeira, Nossa Senhora do Carmo, mas em louvor a Santa Cruz e relacionada a São João Maria". Realizam-se tríduo, missa, procissão, diversão durante as três noites como bailes, jantares, rifas e leilões. 
Pelas informações São João Maria morreu em Lapa, no Paraná, "embaixo de uma grota". 
A passagem de São João Maria por Criúva foi após a Revolução de 1893, até hoje a população reza e implora graças a este santo.

Nossa Senhora de Caravaggio 
A devoção foi introduzida pelos italianos que se estabeleceram onde hoje é a comunidade Diocesana de Caravaggio, pertencente a Linha Palmeiro, Farroupilha. 
Católicos erigiram um pequeno oratório, com registro de Nossa 
Senhora de Caravaggio, quando ampliaram este documento verificaram que foi impresso em uma gráfica de Milão em 1724. 
O novo santuário inaugurado em 1963 abriga duas mil pessoas. 
Os moradores de Caeravaggio constituem de 87 famílias, todos colaboram na organização da festa que tem início com uma novena preparatória, até as 18hs no dia 23 de maio. Posteriormente celebram-se nos dias 24, 25 e 26, dia da Padroeira, missas de hora em hora com a benção da saúde. 
Estimam-se que mais de 150 mil romeiros tenham ido ao Encontro da 107ª Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio em 1986.

Juninas 
Gregos e romanos homenageavam os deuses da colheita com fogueiras, cantorias e danças. Com o advento ao cristianismo, substituíram os deuses pelos santos. 
Foram introduzidas pelos portugueses. 
" Um soldado de São Borja voltando ferido da Guerra do Paraguai, traz a sua mãe pequena imagem de São João Batista. Já curado o soldado retorna a guerra, sua mãe teria prometido ao Santo realizar uma procissão dia 23 de junho, caso o rapaz voltasse são e salvo". Assim aconteceu, daí em diante toda véspera de São João a procissão sai as ruas de São Borja.

Corpus Christi 
Sabe-se que a procissão de Corpus Christi advém do século XVIII. 
Nesta festa a regiustro de santos e estátuas que são postos sobre janelas ou nas beiradas externas das portas da rua do casario. 
Durante a passagem do cortejo elevam-se altares. Crianças vestidas de "anjinho" formam alas (Nova Pádua). 
Em Flores da Cunha, a proximidade da festa o povo sai as ruas antes do acontecimento litúrgico. 
A prática "de estender os tapetes", foi iniciada em 1964. 
Em São Marcos, alguns devotos, despem seus casacos ou ponchos, estirando-os sob os pés do
Corpus Christi  é um evento baseado em tradições católicas realizado na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma "Festa de Guarda" onde a participação da Santa Missa neste dia é, para os católicos, obrigatória, na forma estabelecida pela conferência episcopal do país respectivo.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cânone 944) que determina ao bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristosacerdote.

Kerb 
Kerb significa festa de inauguração da igreja, liga-se a religiosidade dos imigrantes alemães. 
Sua origem volta-se ao veleiro "Cacilda" que se dirigia ao Brasil q quase naufragou. Os passageiros fizeram promessa, caso chegassem a seu destino, iam realizar uma festa em homenagem ao Santo do dia. Dom Pedro II sabendo do acontecido convidou os colonos alemães para virem ao RS no dia 29 de setembro de 1829, sendo o dia de São Miguel, tornando-se padroeiro da colônia. 
Antigamente, em São Miguel de Dois Irmãos a festa era simbolizada por baú ou mala. Depois da cerimônia religiosa, o povo dirigia-se ao Salão de festas. Os festejos duravam três dias com baile. Geralmente é aberto com a Polonese. 
Algumas localidades e Kerb é chamado de Kern, em Humaitá não faltam bolinhos de carne. 
Quando a festa se prolonga além de três dias acontece o chamado Nach Kerb. São animados por bandinhas.

Oktoberfest
Nas insustentáveis desgraças, como a peste bulbônica, que interrompeu em Munique, os habeber atraíram multidões às ruas com danças e músicasa, elevando o anônimo de todos. Este fato deu origem à Oktoberfest, Festa de Outubro. 
Alguns habeber, vindos para o Sul como imigrantes, fundaram a associação dos habeber ou bávaros de Porto Alegre, em 1902, no ano seguinte aconteceu a 1ª Oktoberfest.

Rei do Tiro 
No RS, a festa do "Koniugschiessen", ou "Tiro-Rei", denomina-se Rei do Tiro e ocorre nas localidades de colonização alemã, onde há sociedade de atiradores, "Schutzenvereine". 
Após realiza-se a competição de tiro ao alvo, o que fizer maior número de pontos, recebe o título de Rei do Tiro e os colocados em 2º e 3º lugares, serão 1º e 2º cavalheiros/ ou Condes e suas esposas, respectivamente Rainhas E Damas. O que fica em 4º lugar será o "mais pontos". 
No dia aprazado tem baile com homenagem. Um cortejo vai a casa do Rei, para conduzí-lo ao salão de festas, onde rei e condes do ano anterior o aguardam. 
O novo rei recebe faixa ou talabarte com placas dos premiados aos outros anos. Os cavalheiros recebem medalhas. 
O Rei abre o baile com a Polonese, após os participantes formam a "grantcia" (grande roda), no centro dançam os Reis, Rainhas e depois os Condes com suas Damas. Dançam peças do folclore alemão, bebe-se chop e cerveja, é realizada anualmente.
Negros: Em 1737, o Brigadeiro Silva Pais, que vinha oficialmente fundar o presídio militar Jesus Maria José (Rio Grande), trouxe entre seus homens, inúmeros negros. A estes, juntaram-se os chegados anteriormente, sob o comando de Cristóvão Pereira de Abreu. Os descendentes e demais, que se instalaram no RS por circunstâncias diversas, desempenharam importante papel na formação e defesa do Estado. Participaram das Guerras Guaraníticas, da Revolução Farroupilha, da Guerra do Paraguai. A partir do surgimento do Estado Nacional Brasileiro (1824), os negros combatentes receberam alforria. Eles estiveram entre os primeiros tropeiros, peões e charqueadores. Envolvendo o escravo e o período opressivo, corre a narrativa sobre o Negrinho do Pastoreio. Ele relata o martírio do jovem negro, morto por maldade do seu senhor. As pessoas que perdem objetos recorrem ao mártir, oferecendo uma velinha em pagamento da promessa. Várias palavras de procedência africana integram-se ao vocabulário: angu, cacimba, capenga, cachaça, batuque, lundu, mandinga, miçanga, samba, etc. Certos instrumentos de percussão tem procedência negra: agê, maçaquaias, atabaques. Há influência também no gosto pelos enfeites, berloques, brincos, colares de guia e outros, bem como o uso de turbantes. Destaca-se igualmente, a herança negra nos cultos religiosos: Umbanda, Quimbanda, Batuque ou Nação. Suas divindades sincretizaram-se com os Santos do hagiológico católico. Durante a procissão de Nossa senhora dos Navegantes, há quem preste homenagem a Iemanja; também São Jorge, em sua festa é reverenciado pelos filhos de Ogum. A devoção a Nossa Senhora do Rosário é demonstrada pelos negros na Congada e no Quicumbi. A culinária, chamada africana, restringe-se à “comida de santo”. 

Açorianos: A colonização portuguesa efetivou-se a partir de 1737 com a fundação do Presídio do Rio Grande. Os colonos estabeleceram-se na Estância Real do Bujuru, situada, aproximadamente, a 80 km do canal de Rio Grande. Habituados às lides do campo e lavoura, aqui prosseguiram nesta atividade, plantando e colhendo o que se consumia na estância, igualmente, no Forte Jesus, maria e José. Desde 1750, novos colonos aportaram no RS, oriundos das ilhas dos açores, cuja superpopulação preocupava o governo. Assim, a presença portuguesa tornou-se marcante em todos os aspectos da cultura sul-rio-grandense. Das inúmeras contribuições, destacam-se: casas de modelo de porta e janela; oratório, cama de tábua, arca, baú, candeeiro (iluminação de torcida de algodão), escolva de piaçaba, roca e tear, bordados, guardanapos de papel recortado. Apontam-se ainda, a instalação de complexos: atafona, alambique, engenho, monjolo, catavento. Nos transportes, a utilização de carretas, carroças e embarcações. Na indumentária, registram-se uso de chale, tamanco e saias rodadas. Provindas de Portugal, são conhecidas as histórias de Trancoso, Pedro Malazartes, fadas, anedotas, adivinhas, ditados, romances, xácaras, décimas, trovas, causos sobre mitos (lobisomem, bruxa, mula-sem-cabeça); crendices e superstições, cantigas de toda e acalantos, etc. Introduziram as festas de Nossa Senhora dos Navegantes, Corpus Christi, Divino Espírito Santo, Juninas e folguedos: Cavalhadas e Terno de Reis. A maioria dos ritos tradicionais do Estado procede da pátria portuguesa. 

Espanhóis: A influência espanhola na formação étnica e cultural, no RS, é tão evidente e já exaustivamente estudada que não há necessidade de repeti-la insistentemente, porque se estaria repisando a própria história da formação e povoamento da terra rio-grandense. Esta importância alcança o próprio biótipo, na aparência somática, nas reações fisiológicas, nas manifestações do caráter, como diz o autor A. A. Gómez del Arroyo, e continua: “impossível ignorar a influência espanhola em nossa indumentária tradicional masculina; nos aperos de encilha, em muitas das nossas danças regionais, em nosso refraneiro popular, em nossa poesia, em nossa música e nos instrumentos que a transmitem, como o violão entre outro; em nosso linguajar característico, desde a entonação à prosódia, ao vocabulário campeiro, à própria interpretação semântica dos termos”. Outras correntes migratórias expressivas participaram di processo de formação das agentes do RS, como os uruguaios, libaneses, sírios, letões (da Letônia) e muitos mais de número inferior, que, conservando a identidade de seu grupo ou sincretizando-se, criaram novos valores, amalgamando as etnias e culturas. “A interpretação cultural vem-se fazendo, ao lado do cruzamento étnico, sem nenhuma resistência ao desenvolvimento do País; ao contrário: com a aceitação ou a permuta de padrões ou valores culturais, dentro do espírito cristão de tolerância e de fraternidade que o brasileiro se arraigou como a mais legítima herança espiritual do português colonizador”, enfatiza Manuel Diegues Junior. 

Alemães: 
Apontam-se, como causas propulsoras à imigração alemã, as preocupações com o desenvolvimento econômico e demográfico. Os colonos chegaram ao RS em 1824. Novos grupos imigraram em datas posteriores, localizando-se, inicialmente, em São Leopoldo, Torres, e Três Forquilhas. Atualmente, a região colonial alemã estende-se pelo Vale dos Sinos e Rio Caí. Houve, a princípio, um retardamento de aculturação. Segundo Egon Schade, “A pequena propriedade, baseada no trabalho familiar, sem a necessidade de emprego da mão-de-obra nacional, foi responsável pela impermeabilidade da sociedade teuta.” Muitos imigrantes eram apenas agricultores, porém grande número tinha ofício definido (marceneiro, moleiro, ferreiro, alfaiate, pedreiro, etc.) Imprimiram um estilo arquitetônico nas igrejas e casas. Construíram, dentre outras, casas de enxaimel do tipo usado na Europa. Os móveis eram muito simples, de fabricação caseira e somente o estritamente necessário, hábito que seus descendentes ainda conservam. O “Koffe” (baú), peça indispensável, muitas vezes era usado para o transporte de haveres dos imigrantes, durante longas viagens. A lúdica, nas colônias, foi bastante exercitada, criando-se bandas, Sociedades de Canto, Tiro-ao-alvo e Bolão. Ainda hoje, realizam-se festas já transculturadas: Kerb, Oktober, Rei do Tiro. A alimentação embasa-se na carne de porco e batatas. Incorporaram-se, aos costumes gaúchos, a cerveja e o café colonial. Este, composto de vários tipos de pães, cucas, tortas, salgadinhos, embutidos, schmier, mel, queijos, Käseschmier, nata, etc. A colonização alemã é responsável pela introdução da árvore de Natal e dos Ninhos de Páscoa. 

Italianos: Em 1875, a corrente imigratória iniciava seu destino em terras rio-grandenses. Vindas de diversas regiões da Itália e falando múltiplos dialetos, levas de imigrantes buscaram terras para o cultivo. Localizaram-se na região serrana (Encosta Superior do Nordeste). Enquanto as casas estavam em fase de construção, as famílias permaneciam num barracão coletivo. Construíram suas amplas casas nas encostas com um grande porão, utilizado para depósito e cantina. Na parte superior, ficava a residência; no sótão, guardavam-se o cereais e mantimentos, protegidos das intempéries. A cozinha, construía-se separada da casa, a fim de se evitarem incêndios. Ligava-se a esta por um alpendre. Faziam cobertura com “aduelas” ou “scandolas” (tabuinhas) e os beirais, enfeitados por “lambrequins” artisticamente recortados. Dedicaram-se à agricultura, em especial, à vinicultura. De seu artesanato, destacam-se a confecção de gaitas, garrafões de vidro e trabalhos em vime. Católicos fervorosos, conservam seus hábitos religiosos de rezar o terço, assistir missa, acompanhar procissões, etc. e por esse motivo, suas festam possuem caráter religioso: procissão de Corpus Christi, Romaria de Nossa Senhora do Caravaggio, Festa da Colheita, esta última animada por corais familiares. Nas estradas da região colonial, veem-se inúmeros capitéis (capelinhas) em homenagem aos mais diversos padroeiros; grutas, que com imagens de santos enfeitam os jardins das residências. Apreciadores da boa mesa, implantaram, na região serrana, seus hábitos alimentares, onde as massas com espessos molhos aparecem com destaque; spaghetti, agnolini, tortei, gnochi, capelleti e outros, são alguns dos nomes que aparecem nos cardápios ao lado da tradicional polenta, acompanhados de carne lessa, brodo (caldo de galinha), carne de porco e o galeto, criado no RS para substituir a passarinhada, tão ao gosto dos italianos. Entre seus costumes, observam-se os “filós” (serões) – espécie de mutirão para tarefas conjuntas, comemoração de alguma data ou fato (nascimento, batizado, aniversário, etc.). As boas safras e colheitas sempre forneceram motivo para festas que, invariavelmente, se iniciam com missa. Os bailes foram substituídos pelos jogos e competições esportivas. Torneios de bocha, mora, morina e inúmeros jogos de baralho como a “bisca”, o “trissete”, o “quatrilho”, o “cinquilho”, a “escova”, acompanhados por vinho e cantoria fazem a alegria das tardes festivas e domingueiras. Na literatura oral, corrente na colônia, aparece o Sanguanel, “homenzinho vermelho que rouba crianças, alimentando-as durante alguns dias, com mel e frutas silvestres, desenvolvendo-as incólumes sempre em lugares inacessíveis, como o alto de um pinheiro, moita de gravatás ou no sótão, dentro de uma caixa. 

Índios: Dante de Laytano divide a cultura indígena rio-grandense em três ciclos distintos, a saber: CIVILIZAÇÃO DO SAMBAQUI – pré-histórica. Não deixou vestígios na vida cotidiana do gaúcho atual. CIVILIZAÇÃO DO DESCOBRIMENTO – do qual procedem os poucos traços culturais, vivos até nossos dias. CIVILIZAÇÃO DA ATUALIDADE – em vias de extinção. Aproximadamente 4000 pessoas vivem em precárias condições, concentradas em sete postos da FUNAI, tendo seus padrões culturais profundamente alterados. Para o presente estudo, interessam as contribuições dos diversos grupos de povoadores à cultura espontânea sul-rio-grandense. Buscando estas influências no cotidiano, percebe-se que o hábito mais arraigado do gaúcho constitui-se no uso do chimarrão. A erva-mate é autóctone da América Latina. Ao chegarem na cidade de Assunção, Paraguai (1737) onde fundaram um império teocrático, os jesuítas já encontraram índios, utilizando esta erva em infusão. Seu uso, embora considerado pecaminoso aos religiosos, alastrou-se pelas Missões Jesuíticas, intensificando-se a tal ponto que, após um século a população existente já o tinha assimilado. O índio miscigenou-se com o português e o castelhano. Nas fazendas da fronteira, tornou-se peão, participando da formação étnica e social da região. Entre outros conhecimentos, legou a técnica da coivara e o cultivo do milho, mandioca, batata-doce, abóbora, amendoim, pimenta, feijão e fumo. Também, o uso de utensílios como pilão, tipiti, gamela, peneira. Na indumentária sua principal contribuição foi o poncho que até hoje abriga os gaúchos. O andar em fila, comum entre as famílias do meio rural, descansar de cócoras, o mutirão, uso do fumo são costumes recebidos dos ancestrais indígenas. Grande quantidade de termos procedem do Tupi-guarani: anu, arara, biguá, capivara, abacate, araçá, cipó, capim, catapora, ipê, jacá, caipira, pitanga, pampa, peteca, etc. Na toponímia, figuram inúmeros termos legados: Caçapava, Jaguarão, Bagé, Canguçu, Botucaraí, Itapeva, Bojuru, Ibicuí, Ijuí, Taquari, etc. É significativo o número de antropônimos: Araci, Jaci, Ubirajara, Aimoré, Moema, Iara, Peri, etc. Circulam, na literatura popular, histórias de onça, macaco, bem como contos etiológicos de tradição indígena. Do ciclo missioneiro, registram-se várias narrativas, algumas envolvendo mitos: Mboi-guaçu, a Cobra Grande, batia o sino da igreja e alimentava-se de piás; Angüera, índio triste que após o seu batismo com o nome de Generoso, ficou alegre e dançador. Quando morreu, sua alma permaneceu na terra, fazendo travessuras. A casa branca sem portas, nem janelas que guarda tesouros dos jesuítas, permanece escondida e protegida por um índio velho, chamado Mbororé. Sepé Tiarajú, morto pelo governador de Montevidéu, a 19 de fevereiro de 1756, entrou para a história como líder guerreiro e, para a cultura espontânea, como santo popular, cantado em prosa e verso. Diz a tradição: após a morte do índio, o lunar que ele trazia à testa, posicionou-se no céu, junto a constelação Cruzeiro do Sul. 

Poloneses:
 Durante 125 anos, os poloneses viveram sob o jugo da Prússia, da Rússia e da Áustria, que tudo fizeram para amordaçar, sub-julgar e aniquilar o povo polonês. Rebelaram-se e lutaram com todas as suas forças contra esse domínio. Quando a situação atingiu um auge insuportável, buscaram nova vida em outros países, através da imigração. Em 1875, chegaram ao RS, vindos da região dominada pela Prússia, as primeiras 26 famílias polonesas, assentadas na Colônia Conde D'Eu (Garibaldi). Em 1884 outro grupo foi encaminhado para Colônia Princesa Isabel, atualmente Santa Teresa, distrito de Bento Gonçalves. A partir de 1888, iludidos por promessas de agentes de companhias de navegação aportaram levas de imigrantes, que aqui chegavam sem dinheiro, sem aclimatação e sem o indispensável apoio espiritual de um padre. Entregues à própria sorte, tiveram que lutar contra inúmeros fatores adversos, enfrentando inclusive epidemias de tifo e escarlatina. Estabeleceram-se em Antônio Prado, Alfredo Chaves, São Marcos, Nova Prata, Bento Gonçalves, Guarani das Missões, Mariana Pimentel, Seberi, Don Feliciano e outros municípios. Todos eram católicos fervorosos, mas por serem oriundos de diferentes regiões (um grupo vinha da zona de dominação prussiana e, outro, de dominação russa) possuíam, além de hábitos e costumes, dialetos e sotaques diferentes. Permanece vivo o hábito de assistir missa; os homens postados à esquerda e, as mulheres à direita de quem entra na igreja, ou seja, os homens do lado do evangelho e as mulheres do lado da epístola. Ao término da cerimônia, todos se cumprimentam fraternalmente. Possuem e conservam suas tradições, transmitidas aos mais jovens. Inúmeros grupos ensaiam e apresentam ao público belíssimas danças polonesas, trajando vistosos trajes típicos, e tanto adultos como crianças cantam suas canções em polonês. 

Judeus: Ao raiar deste século, a poderosa organização “Jewish Colonization Association” (JCA ou ICA) que operava com verba de judeus franceses e ingleses promoveu a imigração semita para o Rio Grande do Sul. Em 1902, a JCA adquiriu terras no município de Santa Maria, onde a partir de 1904, viriam se estabelecer Judeus, procedentes da Bessarábia, fundando assim a Colônia Filipson. Posteriormente, a mesma JCA comprou novas terras, aproximadamente 95.000 há no município de Passo Fundo, lá fundando a Colônia Quatro Irmãos. Estas não progrediram conforme o esperado. Inúmeras dificuldades, tais como longas estiagens impossibilitaram, no início, o assentamento dos colonos na área rural. Seguidamente, já dominando alguma tecnologia, mandavam os filhos comerciar os produtos nas cidades a estes atraídos pelos centros maiores, lá iam permanecendo, buscando parentes já idosos das fazendas, que se iam esvaziando à falta de braços jovens. A chegada dos judeus geralmente era feita (e ainda o é) em grupos que se vão espalhando, sobretudo, nos lugares onde existiam outros patrocínios. Eles mantêm sua unidade através da religgião e sua “língua”, o Yddish, uma espécie de jargão hebreu-alemão (Grupo Ashkenazim). Conservam suas festas cíclicas como a Páscoa e o Yon Kipur de grande solenidade anual. Formam associações beneficentes e religiosas. Reúnem-se em comunidades, quase sempre nos grandes centros urbanos. Vindos para terras brasileiras desde o começo da colonização, os judeus atualmente estão inteiramente integrados dedicando-se a toda a espécie de atividade.

Vacabulario gaucho

A cabresto - animal puxado por um gaúcho montado em outro cavalo.

Alambrador - profissional que faz cercas de arame (ou aramado).

Aparte - separação de uma rês, geralmente feita por dois campeiros em disparada.

Aperos - o conjunto de buçal, freio, rédeas, cabeçada, maneia e peiteira.

Aporreado - o animal cavalar que não se amansa mais.

Apresilhado - preso, abotoado.

Aranha - tipo de charrete, porém com rodas altas de madeira e chapas de ferro.

Arreador - tipo de relho, composto de cabo de madeira, com ou sem gancho na base, e açoiteira longa e trançada de couro cru, próprios para tropeiros.

Arreios - conjunto total das peças que vão sobre um cavalo para acomodação do campeiro.

Açoiteira - trança de couro cru, de dois ou mais metros de comprimento, com uma ponteira de couro ou cabelo de cavalo na extremidade, que servem para produzir forte estalo, do uso dos tropeiros.

Badana - peça de couro fino e curtido, que vai sobre os pelegos e por baixo da sobre-cincha, mais usada no verão.

Boia - comida.

Bocal - 3 a 4 voltas de uma tira de couro bem sovado em torno do queixo de um redomão, na 1ª fase da doma tradicional.

Buçal - peça forte para prender pela cabeça o redomão ou cavalo manso; compõe-se de buçal e cabresto (este chamado de Cabo, na Serra).

Buçalete - buçal simples e leve.

Brete - parte estreita e vital de um conjunto de mangueiras, que serve para confinar os animais para serem trabalhados.

Bruaca - grande bolsa de couro cru para transporte de mercadorias ou utensílios variados, em lombos de animais, em geral burros ou mulas.

Cambona (Chocolateira ou Pichorra) - recipiente de folha para esquentar água durante as tropeadas ou em fogos de chão dos galpões.

Campeiro - quem conhece muito bem as lidas de campo.

Camucim - tipo de relho, com cabo de madeira e três tranças de couro cru, com botões de couro nas extremidades.

Cangalha - tipo de serigote grosseiro que, acomodada sobre os lombos dos animais, serve para equilibrar duas bruacas, uma de cada lado.

Capataz - o representante do patrão, numa estância, numa tropeada ou em outros serviços.

Carnal - a parte de dentro do couro.

Carona - peça de sola que serve para proteção do lombo dos animais de montaria, vai entre o enxergão e o basto.

Cincha - conjunto composto de travessão, barrigueira, látego, sobre-látego e cinchador, que, passado sob a barriga do cavalo, serve para prender o lombilho.

Cinchão - igual a cincha, porém mais fino, serve para firmar os pelegos e para prender o laço pela presilha.

Cinchador - pequena peça composta de suas argolas, sem destorcedor, presa às argolas da cincha ou do cinchão, para prender o laço.

Cócegas - o que o animal sente em locais mais sensíveis: virilhas, paletas, sovacos, etc.

Cordas - denominação vulgar e generalizada de qualquer utensílio feito de couro cru.

Corredor - pequena peça trançada em voltas, que serve como embelezamento, revestimento e arremate de trabalhos em couro cru, ou estrada de chão entre duas cercas,

Culatra - a parte traseira de uma tropa.

Curro - pequena mangueira, situada entre as mangueiras grandes e o brete, que serve para facilitar o acesso ao último, mas missões e a serra chamado de seringa.

Domador - o profissional que amansa animais para montaria (não confundir com o ginete que, por ser exímio cavaleiro, monta apenas para demonstrações ou para concorrer).

Eguada - o mesmo que manada.

Encilha - o conjunto total dos arreios.

Escorredor - pequena mangueira de piso cimentado ou lajeado, situada na saída do banheiro, para recolher e devolver ao mesmo banheiro o excesso de líquido que escorre dos animais banhados.

Enxergão (ou xergão) - peça dos arreios, de lã ou algodão, que vai direto no lombo dos animais, para protegê-lo da carona.

Estouro de Tropa - disparada total de uma tropa ou de um rodeio.

Estribos - peças de metal presas aos serigotes pelos loros, para apoio dos pés dos campeiros.

Falhada - a vaca que foi coberta mas que não ficou prenha.

Flanco - lateral de uma tropa ou rodeio em marcha.

Garras - as extremidades do couro, que cobrem os membros e a cabeça.

Ginete - o gaúcho que aguenta os corcovos dos animais, sem cair facilmente.

Guinchos - grunhidos emitidos por equinos imobilizados fortemente ao tentarem desesperadamente a liberdade.

Ilhapa - parte do laço, de aproximadamente 1 braça, entre a argola e o corpo do laço.

Laço - corda de 10 a 12 braças de comprimento, trançada com 4, 6 ou 8 tentos de couro cru, composta de: argola, ilhapa, corpo e presilha.

Látego - tira de couro cru presa à argola do travessão, no lado demontar, que serve para unir a argola da cincha à argola daquele.

Loro - peça de sola, couro cru, liso ou trançado, que prende o estribo ao basto, ou lombilho ou serigote.

Maneador - tira de couro cru, de aproximadamente 3 com de largura e 6 a 8 braças de comprimento, que serve para tirar as cócegas do potro ou redomão.

Mango - tipo de relho; cabo de madeira, simples ou retovada de couro cru, e palma de couro cru de aproximadamente 6 cm de largura e comprimento de até 1 metro.

Marcação - época em que são marcados os terneiros; é considerado um trabalho festivo.

Maturrango - o homem que anda a cavalo muito mal.

Munício - alimentos para uma viagem.

Orelhado - o potro seguro firmemente pelas orelhas, para o domador montá-lo pela primeira vez.

Palanque - poste de madeira, grosso e forte, para prender os animais em fase inicial de doma.

Paleteada (pexada de um só cavalo) - cavaleiro na paleta de uma rês. A paleteada geralmente é executada por um só campeiro pois acontece quando uma rês teima em disparar numa só direção fixa; se for para a esquerda o gaúcho encostará seu cavalo na paleta esquerda da rês e irá comandando seu pingo: quando a rês tentar fugir por baixo do pescoço do cavalo o campeiro atropela um pouco e, quando a rês tentar recuar para escapar-se por trás do cavalo o gaúcho segurará um pouquinho; assim vai o campeiro empurrando a rês pela paleta. É uma operação dificílima mas lindíssima quando o cavalo é bom e o campeiro melhor ainda.

Palma - parte chata, de couro cru, da extremidade do mango ou do rabo de tatu.

Peão de tropa - o que se empolga com o tropeiro.

Peiteira - peça dos arreios que vai em torno do pescoço e peito dos animais de montaria para evitar que o conjunto todo dos arreios se desloque para trás.

Pelego - peça dos arreios, feita de peles de ovelhas e que servem para comodidade dos cavaleiros.

Pelos - a cor dos animais de pelo.

Pealo - laçar só os membros anteriores do animais (que os gaúchos denominam de "mãos); na serra também chamam de Pealo a laçada nas patas traseiras.

Pingo - maneira carinhosa do gaúcho chamar seu cavalo.

Ponta - a parte da frente d tropa ou de um Rodeio em marcha.

Potro - animal xucro, que está por ser domado.

Presilha - pequena peça composta de alça torcida e botão de couro cru afixada em laços, sovéus, buçais, etc. para prende-los em locais adequados.

Próprio - o mesmo que mensageiro.

Queixo quebrado - quando o redomão passa a obedecer ao comando do domador; apesar da suspeitosa expressão, o queixo do animal não é quebrado.

Rabo-de-tatu - tipo de relho, trançado; a partir da palma a trança de 4 tentos vai até uma argola grande e volta, sempre trançando, por cima da fase anterior, engrossando a parte do cabo.

Reculuta - ato de "reculutar" (buscar, reaver) algum gado extraviado em estâncias vizinhas.

Redomão / Redomona - animais cavalares em fase de doma.

Refugo - o pior animal de uma tropa ou o ato de refugar (separar, apartar) um ou vários animais de inferior qualidade.

Rodeio - local onde se reúne o gado ou o lote de gado existente em cada invernada.

Roncolho - animal com um só testículo.

Ronda - vigilância feita por um ou mais tropeiros, para que a tropa não se extravie, quando estiver posando em campo aberto.

Seringa - termo usado nas missões e serra, o mesmo que curro.

Sobre cincha - similar ao cinchão, porém bem mais fina, somente para fixar os pelegos.

Sobre látego - tira de couro cru, que prende o travessão à barrigueira da cincha  fica permanentemente amarrado, no lado oposto ao de montar cavalo.

Soga - corda de couro cru, chata, ou de fibra, de 8 a 10 metros de comprimento, para manter preso o animal, em local que possa pastar.

Sovéu - tipo de laço, grosso e forte, porém é feito de três pernas torcidas isoladas e após interligadas.

Travessão - parte da cincha, de couro cru ou sola grossa, retangular, de aproximadamente 40 por 20 cm, com argolas grandes nas extremidades.

Tronco - tipo de tesoura grande, de madeira muito forte, acoplada ao brete, para imobilizar a rês pelo pescoço ou na altura das virilhas.

Tropa - quantidade de animais (gado, porcos e até perus) em viagem.

Tropeiro - encarregado de conduzir as tropas.

Vaqueano - homem muito conhecedor de determinada coisa, especialmente regiões e estradas.